Como iniciar os trabalhos de Agricultura de Precisão sem mapas de produtividade

segunda-feira, Maio 4, 2020

O NDVI é uma ferramenta útil para “apontar” a variabilidade dos talhões através do vigor das culturas, mostrando onde estão ocorrendo os problemas A agricultura de precisão é baseada em dados e análises. Com base nos dados, especialmente nos mapas de produtividade, define-se as zonas com comportamento homogêneo para investigação e intervenção. Embora a tecnologia de produção de mapas de colheitas embarcada nas colheitadeiras tem se tornado cada vez mais acessível, ainda há muitas máquinas no campo sem esse dispositivo, fazendo com que muitos agricultores se perguntem como iniciar nos trabalhos de agricultura de precisão sem esses dados, comenta o gerente de Agricultura de Precisão da Concessionária Cocamar, Elizeu Santos.

Para isso, orienta, existe uma ferramenta que é o uso de imagens, especialmente o chamado NDVI (Índice de Vegetação da Diferença Normalizada) que na prática mostra a atividade vegetativa da lavoura. Quanto mais próximo de 1, maior é a atividade vegetativa no local representado, ou seja, maior a atividade clorofiliana. “Em outras palavras, podemos dizer que quanto mais próximo de 1 for o índice maior é vigor da lavoura”, afirma.

Figura 1
Figura 1

PADRÃO - As duas imagens (Figura 1) mostram o NDVI em janeiro de 2019 e janeiro de 2020 para um talhão. É possível de observar que independente do ano e das condições climáticas, existe um comportamento padrão do vigor vegetativo no talhão. Neste exemplo quanto mais verde a imagem mais viçosa era a lavoura e quanto mais amarelo, menos viçosa. “Claramente as imagens mostram que a lateral esquerda e a cabeceira nos dois anos apresentaram menor vigor vegetativo (imagem mais amarela), portanto essa já é uma indicação que é preciso investigar a causa da variabilidade nestes locais”, diz Santos.

Figura 2
Figura 2

Para investigar essa variabilidade, o gerente de Agricultura de Precisão da Concessionária Cocamar orienta que se faz necessário o uso da geoestatística, algo que hoje é muito facilitado pelas plataformas digitais. Dessa forma, tratando-se estatisticamente as imagens da figura 1, chega-se à conclusão que com base nas imagens de NDVI, há 6 zonas homogêneas de comportamento vegetativo (imagem 2 - lado esquerdo). Isso permite definir que este talhão para a próxima safra não será mais tratado pela média, mas sim em 6 zonas distintas (imagem 2 - lado direito). Essa mesma imagem, mostra que ao investigar essas zonas de forma isolada, encontra-se valores distintos para a maioria dos nutrientes e por consequência na CTC – capacidade de troca de cátions.

INÍCIO - “Nesse exemplo, mesmo não tendo equipamento de aplicação em taxa variável, apenas com o uso de equipamento munido de um piloto automático universal (GPS, monitor e volante elétrico) é possível fazer a aplicação em taxa fixa dentro das zonas pré-delimitadas, sendo essa uma forma prática e viável de iniciar os trabalhos de agricultura de precisão, e o melhor, já sendo possível começar a colher os resultados da adoção dessa prática”, explica Santos. Assim, acrescenta, conclui-se que o NDVI é uma ferramenta útil para “apontar” a variabilidade dos talhões através do vigor das culturas, possibilitando dessa maneira o delineamento de onde os problemas estão ocorrendo. “Essa informação permite maior certeza na tomada de decisões e a pergunta sobre onde agir torna-se infinitamente mais fácil de ser respondida”, finaliza. 



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